terça-feira, 5 de novembro de 2013

Fontes de energia...profª Alcilene Rodrigues

11ª aula - Geografia

Biocombustíveis são fontes de energia renováveis originadas de produtos vegetais como a cana de açúcar, plantas oleaginosas e resíduos agropecuários e florestais, entre outros.

Biogás
Uma fonte de energia que poderá tornar-se importante é o biogás, o gás produzido a partir de matéria orgânica em decomposição (esterco, palha, bagaço vegetal ou lixo) pela ação de certas bactérias.
 
Biodigestor é o aparelho utilizado para aproveitar o biogás. Na China e na Índia, utilizam-se muito biodigestores, principalmente no meio rural. No Brasil, eles começaram a ser instalados em alguns sítios e fazendas, mas ainda em pequena escala. Inúmeros estudos sobre a viabilidade técnica e econômica do biogás vem sendo feitos no país, especialmente em São Paulo, desde de 1973. É nas fazendas ou sítios que se tem feito experiências com essa fonte de energia, os resultados são satisfatórios.
Apesar de existirem estudos e projetos sobre instalação de biodigestores na cidade de São Paulo, para o aproveitamento do lixo urbano visando ao abastecimento de gás doméstico para a população, esse tipo de fonte de energia parece ser o mais adequado para uso descentralizado, em pequena escala, e não em grandes centros urbanos.






Biodísel (biodiesel)
Em 2003 foi lançado no Brasil um programa que visa diminuir gradativamente no país o consumo de óleo diesel, um produto de origem fóssil muito poluente e de preço elevado hoje em dia. A ênfase desse programa  é a produção e o uso de biodísel. 
O biodísel é um óleo produzido das sementes da mamona e das sementes de outras oleaginosas, como o dendê, girassol, babaçu, amendoim e soja, que pode ser usado puro ou misturado ao diesel de petróleo em diversas proporções. A mistura que contem 2% de biodísel é chamada de B2, assim sucessivamente, até o biodísel puro, denominado B100. Para atender ao percentual de mistura de 2%, estima-se que seja necessária uma área plantada de 1,5 milhões de hectares plantados e disponíveis para agricultura no Brasil, sem incluir as regiões ocupadas por pastagens e florestas. Estendendo-se inicialmente a área plantada por regiões mais carentes, como o Norte, Nordeste e o Semiárido, busca-se gerar aí mais empregos e renda. Contudo o biodísel vem se expandindo bastante no Brasil nos últimos anos, usando principalmente a mamona e a soja. Como o petróleo tem preços elevadíssimos atualmente, além de ser muito poluidor, vários países já começaram a misturar álcool à gasolina, e o biodísel ao óleo diesel, fato que possibilita ao Brasil uma maior produção e exportação tanto do etanol como do biodísel.

Etanol (álcool)





Em  1975 foi criado o Programa Nacional do Álcool (Proálcool) como uma tentativa brasileira de desenvolver fontes alternativas de energia que substituíssem o petróleo, pelo menos parcialmente.
Desde 1973 vislumbra-se no nível internacional, uma crise do petróleo, após os preços desse produto terem sofrido acentuado aumento naquele ano. E como ele passou a peso cada vez maior no total das importações brasileiras, foi necessário buscar novas formas de energia que o substituíssem. A alternativa escolhida pelo governo brasileiro foi principalmente, o álcool de cana ( o etanol ou álcool etílico), empregado em veículos automotores tanto misturado à gasolina( atualmente numa porcentagem de 22%), para os motores comuns, quanto na forma hidratada para os veículos fabricados especialmente para usarem álcool. Graças aos subsídios fornecidos pelo governo à produção desse combustível, e , depois, com a fabricação dos veículos a álcool, seu consumo expandiu-se bastante. No final de 1983., por exemplo, fabricou-se o milionésimo carro brasileiro movido a álcool. Em 1991, cerca de 60% dos 10 milhões de veículos automotores do país eram movidos a álcool.
A partir daí, no entanto, com a queda do preço do petróleo o governo federal deixou de subsidiar o álcool combustível cujo preço passou a não trazer vantagens para o consumidor e o número de novos veículos movidos por essa fonte de energia diminuiu progressivamente. Embora tenha sido um dos elementos que contribuíram para a desaceleração das importações de petróleo juntamente com os fortes aumentos no preços da gasolina e as novas descobertas de jazidas petrolíferas no país, o Proálcool  apresenta uma série de aspectos negativos:
a) O cultivo da cana de açúcar expandiu-se muito nos últimos anos, ocupando terras que produziam gêneros alimentícios. Muitos municípios especialmente  no estado de São Paulo, reduziram suas culturas de feijão, mandioca, arroz . Isso contribuiu para a elevação do preço dos gêneros agrícolas básicos.
b) O uso do álcool como combustível em substituição a gasolina não alterou o modelo de desenvolvimento e de transporte do Brasil, em que beneficiários são sempre uma minoria da população. Assim , continua-se a dar prioridade ao automóvel particular e às rodovias em detrimento dos transportes coletivos e das ferrovias e hidrovias.


De fato, o álcool apenas substitui parcialmente o petróleo, mantendo distorções semelhantes. Apesar disso a parcial desativação desse programa nos anos 1990 foi questionada por cientista e ecologistas, pois o álcool combustível é bem menos poluidor que a gasolina pura e contribui dessa forma, para melhorar a qualidade do ar e de vida nas grandes metrópoles congestionadas por automóveis. Além disso, o Brasil desenvolveu uma tecnologia própria para motores movido a álcool, que são até mais potentes que os similares movidos a gasolina e essa tecnologia original, algo raro em um país do Sul, deve ser preservada e até mesmo aprimorada.
A retomada em março de 2003, em virtude da fonte alta dos preços do petróleo, a indústria automobilística retomou a utilização intensiva do álcool como combustível, passando a equipar parte de seus veículos com motores flexíveis, que podem usar tanto álcool quanto gasolina. E, em 2005, mais da metade da frota nacional de veículos leves já era produzida com esse tipo de motor.
Com as novas técnicas de cultivo e correção de solo, não é mais necessário que a cana de açúcar ocupe terras de boa qualidade para se obter o álcool. Ela poderá ser cultivada em áreas não aproveitadas e em terras de baixos preços, desde que o governo desse incentivos para isso, o que poderia contribuir para baixar o preço desse combustível. E, por fim, a continuidade do Proálcool não impede que se busquem outras fontes para racionalizar o modelo brasileiro de desenvolvimento e de transportes, experimentando certos óleos de origem vegetal, como vemos a seguir, para substituir o diesel, investindo em hidrovias e ferrovias, etc. Todos esses caminhos, em conjunto, poderiam diminuir drasticamente o consumo de petróleo, fonte de energia muito poluidora, com preços bastante elevados(superiores a 100 dólares o barril em 2008) e que, afinal, existe em quantidade limitada no planeta. São Paulo destaca-se na produção de álcool com extensos canaviais e inúmeras usinas de açúcar e destilarias de álcool. É também o maior consumidor, por possuir a maior frota de automóveis do país.


Exercício:
Diga o que significa Proálcool e quais são seus aspectos negativos e positivos: