Voce já sabe que o açúcar nos séculos 16 e 17 era produzido nos engenhos. Que era engenho?
A rigor era uma fábrica composta de:
- uma moenda - mecanismo que triturava (móia) as canas.
- grandes tachos de cobre - destinados a ferver o caldo de cana. A água evapora, deixando o açucar.
- caixas para armazenamento do produto a ser exportado.
É lógico que o açucar, então, não tinha a qualidade do de hoje. Não era refinado. De cor escura e grosseiro. Mas valia muito dinheiro.
Para abastecer a moenda precisava plantar muita cana.
O canavial se espalhava por centenas, milhares de hectares ao redor das instalações industriais ( o engenho).
Mão-de-obra escrava
Muito cedo, antes do nascer do Sol, os feitores acordavam os negros nas senzalas e os levavam ao trabalho.
Plantavam, limpavam, cortavam, empelhavam as canas nos carros-de- bois que as transportavam para as moendas.
O negro foi escravizado porque:
- o portugueses eram numericamente insuficientes para tocar a lavoura como colonos.
- os índios, além de rebeldes, não se ajustavam ao trabalho agrícola
- os africanos conheciam a agricultura, eram fortes e se adaptavam bem ao clima, semelhante ao de sua terra natal.
Quem movia os engenhos ?
A força para mover as moendas era de dois tipos:
- animal (bois ou burros). Até mesmo a força humana era empregada, embora em pequena escala.
- hidráulica - na propriedades onde havia encachoeirados, a água movimentava a roda-mestra da moenda.
Nos primeiro primeiros tempos, todas as peças de engenho eram feitas de madeira. Mais tarde, passaram a ser contruídas de ferro e bronze.
Engenho ficou sendo tudo
A príncipio, engenho eram só as instalações industriais (moendas, tachos, etc.)
Com o tempo, porém, a palavra passou a significar toda a propriedade rural.
Canaviais, máquinas, habitações, todo o conjunto era o engenho.
O engenho açucareiro foi a mais importante indústria do Brasil colonial.
Um mundo à parte
O engenho era um mundo à parte. Nele vivia uma comunidade humana quase isolada, formada pelo poderoso senhor de engenho, sua família, os agregados e os escravos.
A população do engenho se distribuia em habitações típicas:
- a casa-grande - do senhor de engenho e seus familiares
- a capela- onde se reuniam todos para as celebrações religiosas dominicais ou dos dias santificados.
- a senzala - pobres casas onde se alojavam os escravos.
O nordeste adoça Portugal e seus sócios
Os objetivos portugueses de transformar o Nordeste brasileiro em uma doce mina de ouro foram atingidos.
Durante mais de meio século o Brasil foi o maior produtor mundial de açucar.
- todo o açucar brasileiro era de Portugal. Dos Portos nordestinos seguiam rumo a Lisboa.
- de Lisboa o açucar era distribuido aos sócios capitalistas dos portugueses. A maior parte era enviada ao porto de Amsterdã. Dali os horlandeses (flamengos) o redistribuiam para o resto da Europa.
O Eixo Economico- Amsterdã-Lisboa-Nordeste
Graças às ligações entre os capitalistas europeus, os donatários das capitanias e os senhores de engenho nordestinos, foi possível a expansão da agroindustria açucareira nos séculos 16 e 17.
A economia açucareira foi a maior (e quase a única) fonte de riqueza do começo da vida brasileira.
Ajudou a povoar o litoral, criou cidades, desenvolveu uma grande riqueza.
Infelizmente exigiu a devastação da mata atlântica nordestina, para a plantação dos canaviais.
Isso gerou um desequilíbrio da natureza que até hoje gera consequencias prejudiciais à vida do nordestino:
- alteração da fauna (desaparecimento de muitas espécies animais)
- modificação da flora
- influência na formação de rios temporários.
- enfraquecimento do solo pela erosão.
Vocabulário:
Hectare - área de 10 mil metros quadrados.
Feitores - fiscais de negros escravos.
Comunidade - conjunto formado por pessoas que convivem e participam de uma atividade.