segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Engenho...a fábrica do açúcar...por Alcilene Rodrigues

13º aula

      Voce já sabe que o açúcar nos séculos 16 e 17 era produzido nos engenhos. Que era engenho?
      A rigor era uma fábrica composta de:
  • uma moenda - mecanismo que triturava (móia) as canas.
  • grandes tachos de cobre - destinados a ferver o caldo de cana. A água evapora, deixando o açucar.
  • caixas para armazenamento do produto a ser exportado.
      É lógico que o açucar, então, não tinha a qualidade do de hoje. Não era refinado. De cor escura e grosseiro. Mas valia muito dinheiro.
       Para abastecer a moenda precisava plantar muita cana.
      O canavial se espalhava por centenas, milhares de hectares ao redor das instalações industriais ( o engenho).

Mão-de-obra escrava

      Muito cedo, antes do nascer do Sol, os feitores acordavam os negros nas senzalas e os levavam ao trabalho.
      Plantavam, limpavam, cortavam, empelhavam as canas nos carros-de- bois que as transportavam para as moendas.

O negro foi escravizado porque:
  • o portugueses eram numericamente insuficientes para tocar a lavoura como colonos.
  • os índios, além de rebeldes, não se ajustavam ao trabalho agrícola
  • os africanos conheciam a agricultura, eram fortes e se adaptavam bem ao clima, semelhante ao de sua terra natal.



Quem movia os engenhos ?
        A força para mover as moendas era de dois tipos:
  • animal (bois ou burros). Até mesmo a força humana era empregada, embora em pequena escala.
  • hidráulica - na propriedades onde havia encachoeirados, a água movimentava a roda-mestra da moenda.
       Nos primeiro primeiros tempos, todas as peças de engenho eram feitas de madeira. Mais tarde, passaram a ser contruídas de ferro e bronze.

Engenho ficou sendo tudo
       A príncipio, engenho eram só as instalações industriais (moendas, tachos, etc.)
       Com o tempo, porém, a palavra passou a significar toda a propriedade rural.
       Canaviais, máquinas, habitações, todo o conjunto era o engenho.
       O engenho açucareiro foi a mais importante indústria do Brasil colonial.

Um mundo à parte
       O engenho era um mundo à parte. Nele vivia uma comunidade humana quase isolada, formada pelo poderoso senhor de engenho, sua família, os agregados e os escravos.
       A população do engenho se distribuia em habitações típicas:
  • a casa-grande - do senhor de engenho e seus familiares
  • a capela- onde se reuniam todos para as celebrações religiosas dominicais ou dos dias santificados.
  • a senzala - pobres casas onde se alojavam os escravos.
O nordeste adoça Portugal e seus sócios
         Os objetivos portugueses de transformar o Nordeste brasileiro em uma doce mina de ouro foram atingidos.
        Durante mais de meio século o Brasil foi o maior produtor mundial de açucar.
  • todo o açucar brasileiro era de Portugal. Dos Portos nordestinos seguiam rumo a Lisboa.
  • de Lisboa o açucar era distribuido aos sócios capitalistas dos portugueses. A maior parte era enviada ao porto de Amsterdã. Dali os horlandeses (flamengos) o redistribuiam para o resto da Europa.
O Eixo Economico- Amsterdã-Lisboa-Nordeste
      Graças às ligações entre os capitalistas europeus, os donatários das capitanias e os senhores de engenho nordestinos, foi possível a expansão da agroindustria açucareira nos séculos 16 e 17.
       A economia açucareira foi a maior (e quase a única) fonte de riqueza do começo da vida brasileira.
       Ajudou a povoar o litoral, criou cidades, desenvolveu uma grande riqueza.
       Infelizmente exigiu a devastação da mata atlântica nordestina, para a plantação dos canaviais.
      Isso gerou um desequilíbrio da natureza que até hoje gera consequencias prejudiciais à vida do nordestino:
  • alteração da fauna (desaparecimento de muitas espécies animais)
  • modificação da flora
  • influência na formação de rios temporários.
  • enfraquecimento do solo pela erosão.


Vocabulário:
Hectare - área de 10 mil metros quadrados.
Feitores - fiscais de negros escravos.
Comunidade - conjunto formado por pessoas que convivem e participam de uma atividade.

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