sexta-feira, 24 de maio de 2013

As Máquinas Modernas..por prof. ª Alcilene Rodrigues

Importantes invenções dos séculos XIX - XX
Inventos
Ano da invenção
Inventores
Nacionalidade
Fotografia
1839
Louis Da Guerre
Francês
Telefone
1876
Alexander Graham Bell
Escocês, residente no Canadá e EUA
Luz elétrica
1879
Thomas Edson
Norte-americano
Carro
1886
Gottlieb Daimler
Alemão
Rádio
1896
Guglielmo Marconi
Italiano
Robô
1896
Nikola Tesla
Croata (radicado nos EUA)


Avião Flyer 1
1903
Irmãos Wright
Norte- americanos



Avião 14 bis
1906
Alberto Santos Dumont
Brasileiro




Televisão



Computador








Satélite



Internet





1924



1945








1957



1969
Comunidade Cientifica da Inglaterra

Marinha dos EUA e 
Universidade de Havard





Comunidade Científica da URSS

Comunidade Científica dos EUA





Havard Mark I








Sputnik




Arpanet




As sucessivas inovações técnologicas sem duvida tiveram importante papel no desenvolvimento do capitalismo. Da segunda metade do século XIX até a primeira metade do século XX, essas inovações foram celebradas com toda a pompa nas chamadas Feiras Mundiais ou Exposições Universais, Mega-eventos que aconteceram com regularidade em diferentes cidades do mundo. Nelas as nações expunham o que consideravam ser mais representativo de sua cultura e de sua produção, e ainda suas novas invenções. 
Também o Rio de Janeiro foi sede desse tipo de amostra em 1922, realizou-se na então capital da República a Exposição Internacional do Centenário da Independência. O progresso era convidado principal em todas essas exposições, onde as nações celebravam a capacidade supostamente ilimitada da tecnologia de mudar a vida para melhor.
As descobertas científicas e os novos inventos se tornaram possiveis graças ao estímulo que as sociedades ocidentais deram à criação racional. As especialização científica e técnica, a organização da vida com base na divisão de tarefa e em sua distribuição ao longo do dia, dos meses , dos anos, tudo isso foi criando uma nova mentalidade. Mas essa mentalidade também não ficou restrita aos cientistas, como não precisamos ser homens de negócios, para valorizar o planejamento do nosso dia. Também não precisamos ser cientistas para respeitar os especialistas. As pessoas comuns sendo educadas para confiar neles, para pedir explicações a profissionais, como médicos, advogados, engenheiros que estudaram os assuntos que aflingem ou que lhes interessam. Palavras como especialização e competência além de eficiência e cálculo, também são importantes para compreeendermos o conceito de racionalidade tal como Max Weber o define.



Alexander Graham Bell


                                                         Thomas Edson



                                                     Guglielmo  Marconi


                                                            Nikola Tesla


                                                       Irmãos Wright e Flyer 1



                                          Alberto Santos Dumont  e o 14 bis



                                                                Televisão


                                                                    Mark I


                                                               Sputnik



                               Criadores do Arpanet  foto de  1994

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Max Weber....por profª Alcilene Rodrigues

Apresentado: 
Max Weber, nascido em Erfurt, 21/04/1864 e faleceu em Munique em 14/06/1920, foi um sociólogo, economista e historiador alemão. É considerado, ao lado de Karl Marx e Émile Durkheim, um dos fundadores da sociologia. Vivenciou a unificação da Alemanha e, já no fim da vida, a Primeira Guerra Mundial. Serviu como conselheiro junto aos negociadores alemães do Tratado de Versalhes e junto à Comissão encarregada de elaborar a Constituição de Weimar. Sua obra foi influenciada pelo pensamento social alemão, e um dos autores que o marcaram foi Georg Simmel. Tratou de temas diversos (burocracia, legitimidade, dominação e autoridade, entre outros) casos das religiões ocidentais, judaísmo, islamismo e cristianismo, com religiões milenaristas orientais - hinduísmo, budismo, taoísmo e xintoísmo, estimularam sua imaginação e se transformaram em tema de vários de seus estudos.
O método comparativo, a flexibilidade no tratamento dos conceitos e a busca do sentido que os atores atribuem, as suas ações são traços característicos da metodologia weberiana.
Em sua vasta  produção intelectual destacam-se os livros: A ética protestante e o espírito do capitalismo, publicado pela primeira vez em 1904,1905, e reeditado com sua revisão em 1920, pouco depois de sua morte, e Economia e sociedade, também publicada postumamente em 1925.
                                      Max Weber e seus irmãos em 1879

Recapitulando Max Weber
As inovações tecnológicas tomaram conta do mercado moderno. Se por um lado, fascinavam, por outro provocavam desconfianças. Suas promessas de tornar a vida mais pratica e dar mais eficiência ao trabalho contribuíram para alterar a mentalidade dos indivíduos.
O que chamou atenção de Max Weber não foram as novas tecnologias em si, mas de que maneira elas ajudaram a criar novas atitudes e nova formas de pensar, que por sua vez foram essenciais para consolidar o sistema capitalista. Uma invenção simples como o relógio mecânico deslocou o referencial de contagem tempo, baseado na natureza nas horas litúrgicas e no trabalho doméstico, para o tempo produtivo regido pelo contrato de trabalho entre patrão e empregado. A partir daí foram desenvolvidas técnicas de controle e de medição do tempo gasto na produção- o relógio de ponto é um exemplo. 
Um outro aspecto que chamou a atenção de Weber na formação da mentalidade capitalista foi a Reforma Protestante. A partir dela surgiram diversas seitas cristãs dissidentes da Igreja Católica que estimularam os fiéis a serem diligentes no trabalho, a evitarem o ócio e a usarem o tempo em atividades para a glória de Deus. Entre os protestantes, a fé não ficava reservada às práticas dominicais ou aos que se internavam em mosteiros. Ela era confirmada no cotidiano pelo comportamento do fiel. Essa nova fé contribuem para a difusão da disciplina do trabalho, tão valorizada pelo sistema capitalista.
Essas mudanças: tempo controlado, novas máquinas e contrato de trabalho, não se concretizaram sem que houvesse resistências tanto por parte dos trabalhadores quanto dos empregadores. Um elemento que contribuiu para sedimenta-las é o que Weber chamou de racionalidade. Para sobreviver ou prosperar, os indivíduos modernos tiveram de aprender a calcular ações a fazer as melhores escolhas. Isso significa que a racionalidade passou a estar presente na vida do individuo comum moderno. Mas ela também foi impulsionada pelo desenvolvimento do pensamento científico. 
 A ciência foi a mola propulsora da racionalidade ao desencartar o mundo. Tudo o que a fé religiosa entendia como intocável e sagrada a ciência profanou, investigando, inquirindo a desvendando mistérios. Assim, a racionalidade científica funda os tempos modernos quando dissolve a noção de verdade absoluta e propõe um controle prático da natureza (através de técnicas) segundo os objetivos estipulados pelos próprios homens. Ela não se propõe a fornecer regras morais, nem oferecer novas visões do mundo para orientar a vida em sociedade. Para Weber, a ciência é um campo autônomo , separado da religião e da política- terrenos dos profetas e dos demagogos.
Mas Weber é o primeiro a nos advertir: A ciência nunca chega a resolver todas as dúvidas e jamais responderá a questões fundamentais, como: qual o sentido da vida? ou porque devo fazer o bem? E mesmo aquelas questões que ela pretende investigar não tem respostas definitivas. Outras aparecem desafiando a imaginação e inquietando os espíritos. A ciência vive de ultrapassar barreiras mesmo sabendo que encontrará outras maiores e as vezes piores. A cada  passo que dá, se depara com a certeza de que muitos ainda nem sequer foram identificados.
                                      Max Weber com Ernest Toller em 1917 

Monitorando a aprendizagem:
1- Ainda é possível observar, nos dias de hoje, rejeição às inovações tecnológicas. de que segmentos sociais, elas partem?
2- Você aprendeu que a sociologia é um saber científico que nos ajuda a entender que certas ideias e fenômenos sociais nem sempre foram percebidos como os percebemos hoje. Um bom exemplo é o tempo. Responda:
a) De que modo o tempo era medido e controlado e percebido na Idade Média.
b) Que situações contribuíram para o tempo passasse a ser percebido como riqueza?


 

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Émile Durkheim...por profª Alcilene Rodrigues

     Quem é?                 


Émile Durkheim, nasceu em Epinal, França em 15/04/1858 e faleceu em 15/11/1917 em Paris, é considerado, ao lado de Karl Marx e Max Weber, um dos pais da sociologia. Formado em Direito e Economia, tomou a sociedade como objetivo legitimo de estudo com natureza e dinâmica próprias, rompendo com a tendencia então dominante de reduzir os fenômenos sociais a experiências individuais. Durkheim foi influenciado pelo positivismo de Auguste Comte, para quem a vida social era regida por leis e princípios a serem descobertos a partir de métodos associados as ciências físicas e biológicas. Essa influência aparece de maneira muito clara nas metáforas por ele utilizadas para comparar a sociedade a um organismo vivo.
Atento às instituições responsáveis pela ordem, Durkheim estudou a religião como sistema de forças cuja função era criar coesão social. Preocupou-se também com o estudo das relações entre as estruturas sociais e o comportamento individual tema de O suicídio (1857). Conceitos como o fato social e o de anomia mostram seu esforço em compreender a sociedade a partir de suas leis e regras.
Durkheiem foi o primeiro professor de sociologia em uma universidade e influenciou importantes autores, como Marcel Mauss e Louis Dumont. Suas principais obras, além de já citadas são: da Divisão do trabalho social (1893) e As regras do método sociológico (1895) e As reformas elementares da vida religiosa (1912).

Fatos Sociais
"Os fatos sociais são coisas" - com essa afirmação Durkheim apresenta em seu livro As regras do método sociológico um dos seus mais conhecidos conceitos. Mas a que "coisas" esse conceito se refere? A qualquer coisa, própria da sociedade a que pertence um individuo, capaz de exercer algum tipo de coerção sobre ele. Isso significa que o fato social é independente e exterior ao individuo, e é capaz de condicionar ou mesmo determinar suas ações.
São fatos sociais, por exemplo, de regras jurídicas e morais de uma sociedade, seus dogmas religiosos, seu sistema  financeiro e até mesmo seus costumes ou seja, um conjunto de coisas aplicáveis a toda sociedade, independentemente das vontades e ações de cada um. Na medida em que os fatos sociais acabam por moldar o comportamento de cada individuo a partir de um modelo geral, a coerção que eles exercem garante, Durkheim, o funcionamento do todo social.
Os fatos sociais podem, assim, ser definidos por 3 princípios básicos:
  • a coercitividade, ou a força que exercem sobre os indivíduos, obrigando-os, através do constrangimento, a se conformar com as regras, normas e valores sociais vigentes.
  • a exterioridade, ou o fato de serem padrões exteriores aos indivíduos e independentes de sua consciência.
  • a generalidade, ou o fato de serem coletivos e permearem toda a sociedade sobre o qual atuam.
       

Recapitulando
Todos nós sabemos que as sociedades são diferentes uma das outras sob muitos aspectos, Durkheim propôs pensar essas diferenças a partir do conceito de solidariedade, verificando como relação entre os indivíduos e a coletividade se apresenta em diferentes contextos.Nas sociedades simples onde a coesão social e a tal modo intensa que o coletivo (nós) prevalece sobre o individual (eu) Durkheim identifica o que ele chama de solidariedade mecânica. Nos contextos onde o eu tem certa autonomia, e os indivíduos se percebem como diferentes embora continuam o ser dependentes uns do outros, o que se tem é a solidariedade orgânica. Esse é o caso das sociedades industriais. Nelas, os indivíduos diferem muito do ponto de vista do trabalho, da classe social, das escolhas políticas, das religiões, e até mesmo das subculturas. Por essa razão, os valores coletivos e o respeito às normas precisam ser internalizados por eles, para que a sociedade não perca a sua liga. Quando ocorre a situação extrema de um indivíduo (ou um conjunto deles) não mais reconhecer os valores e as normas sociais, tem-se a anomia moral.
A sociedade moderna contribuiu para promover a solidariedade orgânica, mas a lógica do mercado, segundo Durkheim, atentava contra suas bases morais ao priorizar o lucro a tratar com diferenças as necessidades dos trabalhadores. Foi no próprio medo do trabalho que Durkheim buscou uma alternativa para o quadro de anomia. As corporações funcionariam como verdadeiras escolas de valores e regras sociais, mantendo a sociedade coesa.

Exercícios:
1- Leia o texto abaixo:
Chamava-se suicídio todo caso de morte que resulta, direta ou indiretamente, de um ato, positivo ou negativo, executado pela própria vítima e que ela sabia que deveria produzir esse resultado.(...) Mas o fato assim definido interessa ao sociólogo? Émile Durkheim, O suicídio, 1897.
Neste texto, Durkheim indaga se o suicídio é um fato social, pois esse é o objeto que o sociólogo estuda. Com base nas características do fato social responda à questão levantada pelo autor.
2- Com suas palavras, defina a solidariedade mecânica e a solidariedade orgânica.

3-Assimilando conceitos:

Operários, 1933- Tarsila do Amaral, quadro óleo sobre tela 150X205cm
a) descreva a imagem
b) Proponha uma interpretação para o quadro, a partir da explicação que Durkheim construiu para a relação entre individuo e sociedade.

Desempregados esperam por pão e sopa em uma longa fila durante a Grande Depressão, em Nova Iorque, em 1930. 
A foto acima, tirada durante a Grande Depressão, que teve ínicio em 1929, mostra uma fila de desempregados que esperam donativos. Com base na imagem e no que você aprendeu sobre os conceitos de Durkheim, responda: O fenômeno retratado pode ser considerado um fato social? Em caso afirmativo, aponte três princípios básicos que formam o conceito de fato social e comente como a situação retratada se relaciona com eles.





sexta-feira, 3 de maio de 2013

O existencialismo de Jean Paul Sartre..por prof ª Alcilene Rodrigues

3ª aula...Filosofia
O existencialismo

Jean Paul Sartre (1905-1980) escreveu o: O ser e o nada, sua principal obra filosófica, em 1943. Sofreu forte influência da fenômenologia de Husserl e da filosofia de Heidegger. Seu pensamento é muito conhecido e gerou inclusive, uma moda existencilista, também pelo fato de ter se tornado famoso romancista e teatrólogo. Sua produção intelectual foi marcada pela Segunda Guerra Mundial e pela ocupação nazista na França.
Podemos dizer que há um Sartre de antes da guerra e outro do pós-guerra, tal o impacto que a Resistência Francesa exerceu sobre sua concepção política de engajamento. Engajamento significa a necessidade de se voltar para a análise da situação concreta, como responsável pelas mudanças sociais e políticas de seu tempo. Pelo engajamento, a liberdade deixa de ser apenas imaginária porque o individuo compromete-se na ação.
O envolvimento com a política do seu tempo também repercutiu na discussão da moral do sujeito concreto. Por isso Sartre, não é possível prever o conteúdo da moral, mas apenas indagar se o que fazemos é o não em nome da liberdade.
Para melhor entendermos a concepção de liberdade sartriana, comecemos pela análise de uma frase fundamental do existencialismo, a existencia precede a essência. Segundo as concepções tradicionais, o ser humano possui uma essência, uma natureza humana universal, do mesmo modo que todas as coisas têm igualmente uma essencia. Por exemplo, a essência de uma mesa é o ser mesmo da mesa, aquilo que faz com que ela seja mesa e não cadeira. Não importa que a mesa seja de madeira, fórmica ou vidro, que seja grande ou pequena, mas que tenha as características que nos permitam usá-la como mesa.
Não é essa, no entanto, a posição de Sartre. Para ele, no caso do ser humano, a existencia precede a essência, ao contrário do que ocorre com os animais e as coisas. O que significa? Assim diz Sartre:
...o homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e que só depois se define. O homem, tal como o concebe o existencialista, se não é definível, é porque primeiramente não é nada. Só depois será alguma coisa e tal como a si próprio se fizer. Assim, não há natureza humana, visto que não há Deus para o conceber. O homem é, não apenas como ele se concebe, mas como ele quer que seja, como ele se concebe depois da existência, como ele se deseja após este impulso para a existência, o homem não é mais que o que ele faz. Tal é o primeiro príncipio do existencialismo."( O existencialismo é um humanismo. Lisboa:presença, 1970.p.216).
Qual é a diferença entre o ser humano e as coisas? É que só ele é livre, porque nada mais é do que seu projeto, ou seja, o ser que age tendo em vista o que virá. Portanto, só o ser humano existe (ex-siste) porque, sendo consciente, é um ser-para-si, já que a conciência é autorreflexiva, pensa sobre si mesma, é capaz de pôr-se fora de si. É a consciência que distingue o ser humano das coisas e dos animais, que são em si, ou seja, não são capazes de se colocar do lado de fora para se
autoexaminarem.
 O que acontece ao individuo quando se percebe para si, aberto à possibilidade de contruir ele próprio a sua existencia? Descobre que não há essência ou modelo para orientar o seu caminho e que o futuro encontra-se disponível e aberto, portanto, está irremediavelmente condenado a ser livre. Sartre cita a frase de Dostoiévski em Os irmãos Karamazov. Se Deus não existe, então tudo é permitido, para lembrar que os valores não são dados nem por Deus nem pela tradição: só ao próprio indivíduo cabe inventá-los.

                                   Jean Paul Sartre e sua esposa Simone de Beauvoir

Questão
Escolha a alternativa certa:
Segundo Sartre a existencia precede a essência. Isso pode ser interpretado como:
a) O homem se define pelo caminho que vai trilhando em sua existencia e não pelo significado do conceito de homem.
b) A existencia humana  depende do plano que Deus determina a cada criatura.
c) O materialismo define a vida e o espírito não existe.
d) O entendimento que se tem de natureza humana, é o que vai direcionar a existência humana.
e) A liberdade não participa do contexto da existência do homem.