Quem é?
André Pinto Rebouças, engenheiro brasileiro, professor de botânica, cálculo e geometria na Escola Politécnica, era também escritor, analista dos problemas sociais e econômicos do Brasil.Sem o dom da oratória, e nem desejos de falar em público, Rebouças era eficiente em passar suas idéias através da imprensa ou em conversações com o Imperador e sua filha, a Princesa Isabel.(Nasceu em Cachoeira, 13 de janeiro de 1838 — Funchal, 9 de maio de 1898) foi um batalhador abolicionista que deixou o nome na história do Brasil Império.
Antonio Pereira Rebouças, seu pai era filho de um alfaiate português que chegou a Salvador e casou-se com a negra Rita Basília dos Santos, provavelmente uma escrava alforriada, era um mulato autodidata que obteve o direito de advogar, representou a Bahia na Câmara dos Deputados em diversas legislaturas e foi conselheiro do Império em fins do século XVIII, casou-se com Carolina Pinto Rebouças, filha do comerciante André Pinto da Silveira, tiveram sete filhos, conseguiram com muitos esforços formar três filhos engenheiros sendo André um deles.
Aos 16 anos, seguiu com a família para o Rio de Janeiro e matriculou-se, junto com seu irmão Antônio, na antiga Escola Militar, depois Escola Politécnica. Em 1857, tornou-se 2º tenente do corpo de engenheiros e recebeu o grau de bacharel em Ciências Físicas e Matemáticas, em 1859, sendo sempre o primeiro aluno da turma. Em 1860, recebeu o grau de engenheiro militar.
Retornando ao Brasil, continuou seus estudos como autodidata e dedicou-se à causa abolicionista. Tornou-se, junto com seu irmão Antônio, comissionado do Brasil para vistoriar e trabalhar no aperfeiçoamento de portos e fortificações do litoral. Participou como engenheiro militar na Guerra do Paraguay.
Em 1866, retornou ao Rio de Janeiro, onde passou a desenvolver projetos com seu irmão Antônio, para companhias privadas que investiam na modernização do Brasil. Destacam-se, nesta fase, as obras para o abastecimento de água do Rio de Janeiro, as docas Dom Pedro II e as docas da Alfândega.
Ainda na capital do Império, André foi secretário do Instituto Politécnico e redator geral de sua revista, na qual escreveu vários artigos técnicos. Foi responsável pela seção de Máquinas e Aparelhos da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional. Participava ativamente das discussões sobre o desenvolvimento social e econômico da Nação.
Nos anos 1880, engajou-se ativamente na campanha abolicionista e lecionou na Escola Politécnica. Participou da Confederação Abolicionista, da criação da Sociedade Brasileira Contra a Escravidão e redigiu os estatutos da Associação Central Emancipadora.
André Rebouças deu grandes contribuições para a construção do Brasil no século XIX e teve participação importante no movimento abolicionista ao lado de Machado de Assis, Cruz e Souza, José do Patrocínio, foi um dos representantes da pequena classe média negra em ascensão no Segundo Reinado e uma das vozes mais importantes em prol da Abolição da Escravatura. Introduziu no País, técnicas inovadoras de engenharia, incluindo o uso do concreto armado, utilizado pela primeira vez no Brasil em uma ponte em Piracicaba, construída em 1875, da qual foi o responsável técnico junto com seu irmão Antônio.
Acompanhou a família real ao exílio. Por dois anos, ele permaneceu exilado em Lisboa, como correspondente do "The Times" de Londres. Transferiu-se, então, para Cannes, na França, até a morte de D. Pedro II.
Em 1892, com problemas financeiros, aceitou um emprego em Luanda, Angola, onde permaneceu por 15 meses. Fixando-se em Funchal, na Ilha da Madeira, a partir de meados de 1893, seu abatimento intensificou-se. Suicidou-se no dia 9 de maio de 1898, e seu corpo foi resgatado na base de um penhasco, próximo ao hotel em que vivia. Portanto, André merece ser lembrando como "um dos grandes homens do Brasil ", que lutou uma vida inteira por uma sociedade justa, livre e sem preconceitos para todos nós.
Brasileiro ilustre como André Rebouças, a gente tem carinho, respeito e amor.
Brasileiro ilustre como André Rebouças, a gente tem carinho, respeito e amor.
Sobre sua pessoa, conta-se a seguinte passagem:
" Toda a alta sociedade do Rio de Janeiro está reunida nesta festa. As condecorações reluzem no peito das casacas e uniformes. As senhoras, longo vestidos rodados, abanam-se com pequenos leques. Num canto, os principais políticos do Império discutem a questão que empolga o Parlamento. (...) É apenas um sarau elegante para quebrar a monotonia das noites do Rio de Janeiro. O piano toca uma nota. É o sinal. Os violinos chorosos começam a entoar a melodia. Uma valsa da moda. Os primeiros pares levantam-se para dançar. O jovem, pouco mais de trinta anos, procura entre as moças presentes uma companhia para essa dança. Sua roupa é decente, mas não ostenta medalhas e brasões. Ele não é nobre, apenas um competente engenheiro,
(...) Aproxima-se de uma jovem viscondessa e, com gestos próprios de cavalheiro, convida-a para dançar. A moça vira-lhe o rosto. Recusa o convite. É uma grave ofensa.
As pessoas próximas, constrangidas, ficam paralisadas, com o peso do insulto. E, se alguém não soubesse a razão da recusa, poderia percebê-la, observando o vestido muito branco da viscondessa, num contraste vivo com o rosto quase negro do rapaz.
As pessoas próximas, constrangidas, ficam paralisadas, com o peso do insulto. E, se alguém não soubesse a razão da recusa, poderia percebê-la, observando o vestido muito branco da viscondessa, num contraste vivo com o rosto quase negro do rapaz.
(...) Uma sensação de mal-estar percorre a sala. Um homem vestido de uniforme de marechal interrompe o silêncio, tocando o braço do jovem:
- Amigo, poderia fazer companhia à minha esposa nesta dança?
- Amigo, poderia fazer companhia à minha esposa nesta dança?
O rapaz sorri, a tensão desaparece. O Conde D' Eu leva o copo aos lábios com um sorriso amargo.Que isso servisse de lição àqueles que pretendiam medir um homem pela cor de sua pele. No imenso salão, o jovem André Rebouças e a Princesa Isabel dançam uma valsa" (Grandes personagens da nossa história, Abril Cultural, vol.III, São Paulo, 1969)
A Princesa Dona Isabel com seu esposo Dom Gastão, mais conhecido como Conde d’Eu, e seus três filhos.
Exercícios:
A) Dissertar sobre " A educação como canal de ascensão social".
B) Traçar a biografia de um brasileiro ilustre, de origem humilde e que, por seus méritos, tenha atingido honrosos cargos.
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