Artes
O critico e historiador da arte Dietmar Elger assim abre seu volume sobre o expressionismo:
O termo expressionismo é, em todos os sentidos, multifacetado e vasto, sendo quase impossível defini-lo de forma precisa. Além disso parece ter várias origens... não é possível falar de um estilo expressionista uniforme, com características tipicas... o Expressionismo parece ser mais a expressão da forma de vida de uma geração jovem, a qual somente tinha um ponto em comum: a rejeição das estruturas politicas e sociais vigentes.
O que parece ser consensual é que o expressionismo moderno já se manisfestara em obras de Edvard Munch (um crítico de arte, ao se referir à tela: O grito e contrapô-la às obras impressionistas, teria empregado o termo expressionismo pela primeira vez), Gauguin e Van Gogh, floresceu na Alemanha e teve seu melhor momento entre os anos 1905 e 1920. Esses artistas jã manisfestavam emoções de medo, angústia, dor e ansiedade pelo choque de cores vibrantes, distorções e exageros de formas. Dessa forma, as figuras humanas retratadas nas telas expressionistas não tem os traços bem definidos, pelo contrario apresentam rostos e corpos distorcidos, assemelham-se a máscaras, a caricaturas. Exatamente por isso, a partir de 1933, acentua-se o declínio da estética expressionista com a ascensão de Hitler na Alemanha, segundo as novas diretrizes, buscava-se uma arte pura, limpa, que retratasse a superioridade germânica, jamais uma caricatura.
Em Numa rua de Berlim, o pintor Ernst Ludwing Kirchner apresenta sua visão do mundo moderno, às portas da Primeira Guerra Mundial, olhares perdidos e as feições distorcidas contrastando com a ostentação das vestimentas, o choque provocado pelas cores vibrantes das figuras que aparecem em primeiro plano contrastando com a dispersão sombria da multidão em segundo plano.
Em 1912, Anita Malfatti, uma jovem paulista de 16 anos, parte para a Alemanha, já matriculada na Escola de Belas Artes de Berlim. Lá, entra em contato com o Expressionismo alemão, retornando, maravilhada, em 1914, quando realiza sua primeira exposição, em São Paulo. Sua segunda exposição, em 1917, desencadeou uma série de reações e acabou sendo o fato gerador da mostra de arte moderna que se concretizara em 1922.
O japonês, uma das telas expostas por Anita Malfatti em 1917, Monteiro Lobato publicou violento artigo questionando a estética da jovem pintora.
Exercícios:
1- Das três emoções profundas citadas pelo critico, qual predomina na tela O grito?
2- Munc afirmava: Não devemos pintar interiores com pessoas lendo e mulheres tricotando, devemos pentar´pessoas que vivem, respiram, sentem, sofrem e amam, Uma obra de arte só pode provir do interior do homem. A arte é a forma da imagem formada dos nervos, do coração, do cerebro e do olho do homem. Comente alguns detalhes da tela que comprovam a proposta de Much.
3- Passeava pela estrada com dois amigos, olhando o por dos ol, quando o céu de repente se tornou vermelho como sangue. Parei, recostei me na cerca, extremamente cansado, sobre o fiorde preto azulado e a cidade estendiam-se sangue e línguas de fogo. Meus amigos foram andando e eu fiquei, tremendo de medo, podia sentir um grito infinito atravessando a paisagem.
Much escreveu esse texto para explicar a tela, tornando publico o exato momento de apreensão de uma realidade depois transformada em objeto de arte. A partir desse testemunho, como podemos entender a figura que aparece gritando em primeiro plano? Para quem ela grita?
4- Você acha que a arte deve sempre retratar as coisas belas, o mundo organizado e equilibrado? Por que?
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