Nos dicionários e enciclópedias de língua portuguesa, o conceito e a definição de saudade variam bastante. E não é de admirar, porque o significado deste vocábulo, que não tem par noutro idioma, é complexo. Saudade, por todos estes motivos, é a meu ver, um termo sui generis, difícil de conceituar, de definir e, por conseguinte, de traduzir.
A grande enciclopédia portuguesa e brasileira diz, no verbete saudade: " palavra considerada sem par noutras linguas e que exprime misteriosa multiplicidade de sentimentos". Em 1598, consoante Carolina Michaelis, a saudade já passava por ser um vocábulo " primitivamente portugues".
Um dos pensamentos mais conhecidos sobre saudade é o de Garrett, nesta poesia:
Um dos pensamentos mais conhecidos sobre saudade é o de Garrett, nesta poesia:
" Saudade! gosto amargo de infelizes,
Delicioso pungir de acerbo espinho,
Que me estás repassando o íntimo peito
Com do, que os seios d'alma dilacera,
Mas dor que tem prazeres..."
Outro pensamento clássico, e ao mesmo tempo popular, a cerca de saudade, é o de Afonso Lopes Vieira:
"Esta palavra saudade,
Aquele que inventou
A primeira que a disse
Com certeza que chorou."
Saudade pode ser: melancolia, causada pela lembrança de um bem de que se está privado.
Diz Camilo: "Por mais anos que eu viva, jamais esquecerei este dia, e este sítio, e as saudades que senti".
Diz Guerra Junqueiro: " O meu amor, escondi-o
Numa cova, ao pé do mar...
Morre amor, vive a saudade...
Morre o Sol, olha o luar...."
Saudade pode ser: pesar, mágoa causada pela ausencia de alguém ou de objeto querido.
Diz Camões: " Ela, com tristes e piedosas vozes,
Saídas só da mágoa e saudade
Do seu Príncipe, e filhos que deixava..."
Diz Camilo: " Quando o pai extremoso, cheio de saudades, mandava buscar a sua filha de seis anos..."
Diz o Conde de Monsaraz: "Com saudade dos ninhos perfumados
E do tépido luar da Primavera,
Morrem de dor os rouxinóis, coitados,
Se alguém, numa gaiola, os encarcera."
As formas primitivas so-e-dade, soi-dade, sui-dade cristalizaram-se na palavra saudade.
A forma so-e-dade perdurou na Galiza até o século XV. A forma so-i-dade já se encontrava em compositores do séculoVIII.
Não há outro idioma palavra que corresponda, fielmente, exatamente, à palavra saudade. Recuerdo, em espanhol, souvenir, em francês, rimembranza, em italiano, remembrance, em inglês, erinnerung, gedachtnis e mesmo sehnsucht (com a interpretação de Carolina Michaelis), não exprimem, todas juntas, o que exprime, sozinha, a bela e melancólica palavra saudade.
Ao meu ver, a saudade humana só existe entre pessoas, e não entre uma pessoa e uma coisa. A lembrança de coisas não é saudade, é apenas recordação, mais ou menos vulgar.
No meu sentir, existem duas espécies de saudade: a saudade pelos vivos, e a saudade pelos mortos. Para existir saudade é indispensável o Amor e a Ausência.
Quer na saudade dos vivos, quer na saudade dos mortos, deve existir o Amor, no mais verdadeitro e amplo sentido, abrangendo a amizade. Quanto a ausência, na saudade, na saudade pelos vivos, pode ser mais ou menos longa, na saudade pelos mortos é eterna. Os vivos podem voltar, os mortos jamais voltarão.
A saudade pelos vivos é acompanhada de esperança, a saudade pelos mortos não tem companhia: floresce na solidão sem esperança alguma.
Considerando apenas estas duas formas de saudade, saudade verdadeira, nascida do Amor e Ausência, se eu tivesse de dizer qual das duas seria mais pura, a mais bela e, ao mesmo tempo, a mais triste, diria sem hesitar, é a saudade pelos mortos, tornando o amor imortal.
A maior saudade, de que há notícia entre seres humanos, foi a saudade de Nossa Senhora, quando seu filho Jesus morreu e é por isso que deve existir na terra como no céu..."Nossa Senhora da Saudade".
Essa música me recorda e ao mesmo tempo me dá uma saudade danada do meu amigo Eduardo Reges Sultanum que há anos eu não vejo pessoalmente, graças a Deus ele me achou no facebook porque tambem estava sentindo o mesmo. Saudade de fazer lição juntos, ir embora do colégio juntos, fazer trabalhos juntos e comer pastel de chocolates juntos, nunca vou esquecer a festa surpresa que ele fez pra mim no ultimo ano 1983 na sala de aula, ele fez um bolo de chocolate maravilhoso, quando terminou o Colegial senti e continuo sentindo saudades dele que mora em Londres. Eu considero ele meu irmãozinho era assim que eu o tratava e ele a mim de irmãzinha...Eduardo eu adoro voce amigão!
Alphaville um dos nossos conjuntos favoritos, eu tinha um macacão igualzinho, pode!
Alphaville um dos nossos conjuntos favoritos, eu tinha um macacão igualzinho, pode!
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