17ª aula
Formação do sentimento nativista
Formação do sentimento nativista
Para a formação do nativismo que é o sentimento de amor à terra natal, houve muitas causas, sendo a principal a luta contra os invasores, sobretudo os holandeses que haviam ocupado o nordeste.Em pernambuco contra os holandeses, combateram representantes dos três elementos formadores do povo brasileiro: o índio "Filipe Camarão", o negro "Henrique Dias" e o português "João Fernandes Vieira". Nessa ocasião o nativismo já era muito forte e nem o rei foi obedecido, quando ordenou aos rebeldes que suspedessem a luta, pois havia entre Portugal e Holanda uma trégua de dez anos. Também foi uma causa importante do nativismo o orgulho que as bandeiras e as riqueza do Brasil despertavam nos colonos. Esse orgulho provocou a príncipio, pequenos conflitos com os portugueses sem que houvesse a idéia de libertar o Brasil do domínio de Portugal.
Em 1640, houve a restauração, Portugal separou-se da Espanha.
Na Bahia, no Rio de Janeiro e em outros lugares foi reconhecido Dom João IV como soberano portugues.
Na vila de São Paulo em 1641, muitos moradores achavam que a ocasião era oportuna para um movimento de libertação: resolveram aclamar Rei de São Paulo a Amador Bueno, uma pessoa importante dessa vila, mas o próprio Amador Bueno recusou esse título, declarando em público que continuaria fiel ao rei de Portugal.
Ainda nesse século houve uma revolta no Maranhão e no começo do seguinte, ocorreram dois movimentos nativistas importantes: o primeiro chamado Guerra dos Emboabas, na região das minas, atualmente o estado de Minas Gerais e outro Guerra dos Mascastes em Pernambuco, entre os habitantes de Olinda e os de Recife.
A Revolta dos Beckmam ou Maranhão.
Em 1684, houve no Maranhão (que compreendia os atuais estados do Ceara, Maranhão, Pará e Amazonas) uma revolta chefiada por Manuel Beckmam, rico senhor de engenho e seu irmão Tomás Beckmam. Essa região não apresentava possibilidades para o sucesso da lavoura canavieira, a população local dedicou-se à criação de gado, utilizando mão- de -obra indígena.
Os colonos estavam descontentes com o apoio pelo reino de Portugal aos jesuítas, pois estes insisitiam em defender a liberdade dos índios que os fazendeiros empregavam nas lavouras como escravos.
Finalmente procurou-se um meio de atender aos padres sem prejudicar os colonos: subsituir o índio pelo negro aficano. Foi então em 1682 fundada uma Companhia de Comércio do Maranhão, quando o rei de Portugal concedeu o monopólio comercial por 20 anos a ela , com a obrigação de trazer da Africa 500 escravos por ano e da Eurpoa certas mercadorias que não havia no Maranhão como bacalhau e azeite. A Companhia, porém não cumpriu com o prometido, os escravos que trazia eram em números muito reduzidos e as mercadorias, de má qualidade. Estorou então em fevereiro de 1684 a revolta em São Luis, Manuel Beckmam, tomou conta do governo, expulsou os jesuítas e extinguiu a Companhia do Comércio.
Entretanto, Manuel Beckmam, dotado de gênio violento, conquistou muitos inimigos, enquanto Portugal enviava ao Brasil para governar o Maranhão um homem inteligente Gomes Freire de Andrada , em 1685. Com o apoio da população e das tropas, o novo governo conseguiu sufocar o movimento.
O lideres da revolta foram presos e julgados, Manuel Beckmam procurou-se esconder-se mas foi afinal preso. Seu afilhado Làzaro Melo, que lhe merecia toda confiança, o traiu, indicando o lugar onde ele se havia ocultado..
Manuel Beckmam foi condenado á morte e executado, sendo todos os seus bens vendidos em leilão. Jorge Sampaio que tambem participou da revolta foi enforcado e quanto a Lázaro Melo, teve morte horrível, garroteado ao desembaraçar os bois que moviam um engenho.
Abastecimento: uma questão delicada entre Portugal e os colonos do Maranhão.
Guerra dos Emboabas
Com a descoberta das minas de ouro, feitas pelos bandeirantes, atraíram para a região que depois se chamou Minas Gerais, gente de toda parte do Brasil até mesmo de Portugal. A essas pessoas que chegaram depois, os paulistas deram , por desprezo, o apelido de emboabas, palavra de origem provavelmente tupi.
Emboaba, para muitos escritores, deriva-se de "mboab", nome que os indios tupis davam a uma ave com pernas e pés cobertos de penas. Os paulistas aplicavam o mesmo nome aos portugueses porque eles andavam sempre calçados com grandes botas.
Entre os paulistas e os emboabas havia constantes brigas, pois os primeiros receavam perder as minas, descobertas com tantas dificuldades. Quando os emboabas se sentiram muitos fortes, resolveram aclamar Governador das Minas o português Manuel Nunes Viana, dono de muitas fazendas de gado nas margens do rio São Francisco.
O mais importante combate ocorreu próximo ao rio das Velhas, o local ficou conhecido como Capão da Traição e o rio como rio das Mortes. O vencedor Bento Amaral Coutinho, prometeu garantir a vida dos paulistas vencidos da-lhes "bom quartel" se entregassem as armas. Quando estavam desarmados, foram mortos friamente pelos emboabas, apesar dos protestos de muitos emboabas católicos de seu destacamento. Os que fugiram alcançaram São Paulo, mas suas esposas e irmãs, indgnadas, exigiram que voltassem para vingar a morte dos companheiros.
Nessa ocasião o governador do Rio de Janeiro, Antonio de Albuquerque, que também tinha autoridade na região mineira, conseguiu que Manuel Nunes Viana renunciasse ao título de governador da Minas gerais, dado por seus companheiros. Mas não conseguiu evitar que os paulistas fossem novamente ao rio das Mortes, onde queriam se vingar a derrota anterior. Durante a noite quando o combate já havia iniciado, resolveram os paulistas retirar-se ao saber que os emboabas iam receber reforços.
Essa luta teve resultados importantes: uma lei de 1709 reconhecia os esforços dos paulistas na exploração das riquezas minerais: São Paulo e Minas passavam a formar uma capitania separada da capitania do Rio de Janeiro. Dois anos depois, o rei de portugal concedia aos paulistas outra vantagem: a vila de São Paulo era elevada à categoria de cidade.
Os bandeirantes paulista a caminho das Minas Gerais.
Guerra dos Mascates
O episódio chamado Guerra dos Mascates ocorreu entre os habitantes de Olinda e os de Recife. Os primeiros pertenciam a antigas famílias pernambucanas que se haviam enriquecido como engenhos de açucar. Mas com as invasões holandesas, muitos olindeses perderam suas riquezas e a própria Olinda deixou de ser capital de Pernambuco. Os holandeses preferiram estabelecer a sede do governo em Recife, que era simples povoação mas possuia um bom porto. Com a vinda de Nassau , Recife teve importantes melhoramentos, construiram muitas casas, até pálacios e jardins.
Mais tarde expulsos os invasores, a capital voltou para Olinda, mas era Recife que apresentava progresso cada vez maior. Os habitantes dessa povoação, em geral portugueses enriquecidos no comércio, tinham origem humilde: os olidenses, por isso, chamavam-lhe de mascates.
Em 1710, houve a revolta dos olidenses, porque Recife se tornou vila, deixando, portanto de obedecer às autoridades de Olinda, além da inauguração do pelourinho, simbolo de administração e da justiça.
Com o movimento armado culminou a derrubada do pelourinho.
O governador de Pernanbuco, Sebastião de Castro Caldas, acusado de ser favorável aos mascates, foi ferido e fugiu para a Bahia. Em seu lugar foi escolhido o bispo de Olinda, Dom Manuel Alvares da Costa, que decretou a anistia geral: perdão para todos os que estavam envolvidos na revolta.
Nem com a anistia o bispo conseguiu acabar com a luta. Os olidenses, que haviam cercado Recife, foram derrotados no combate de Jenipapo. Partipava da luta contra os mascates um rico fazendeiro, Bernardo Vieira de Melo, que ja se havia distinguido combatendo os negros do quilombo de Palmares.
Durante a Guerra dos Mascates, Bernardo Vieira de Melo chegou a propor aos seus companheiros de Olinda a independencia de Pernambuco com um governo republicano. mas olidenses acharam a proposta arriscada e por isso, não a aceitaram.
Com a chegada do novo governador Félix José Machado, a ordem foi restabelecida em Pernambuco. quanto ao sentimento nativista, que se havia formado entre os pernambucanos, durante a luta contra os holandeses, tornou-se ainda mais forte com a Guerra dos Mascates.
A guerra dos mascates e olidenses
Questionário:
1- Que é nativismo?
2- Quais as causas do nativimo?
3- Que houve em São Paulo em 1641?
4- Quais as causas da revolta dos Beckmam?
5- Qual a origem da palavra emboaba?
6- Quem era os emboabas?
7- Que houve no Capão da Traição?
8-Quem eram os Mascates?
9- Por que houve a Guerra dos Mascates?
10-Quem foi Félix José Machado?
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