sexta-feira, 4 de maio de 2012

A revolta da Chibata...por profª Alcilene Rodrigues


                    João Candido, nosso querido"Almirante Negro".

Muitas vezes recrutados à força entre as camadas mais baixas da sociedade brasileira, os marujos quase sempre se revoltam contra os maus-tratos e castigos físicos a que eram submetidos. Porém, o levante iniciado em 22/12/de 1910 foi sem precedentes.
Após assistirem ao brutal açoitamento de um companheiro, os marinheiros de vários navios, chefiados por João Cândido Felisberto, André Avelino, Ricardo Freitas e Francisco Dias Martins (conhecido como Mão Negra) sublevaram-se, enviando uma mensagem ao presidente:" Não queremos a volta da chibata(...) Caso não tenhamos(resposta), bombardearemos a cidade e os navios que não se revoltaram."Reivindicavam, ainda, o aumento dos soldos e a expulsão dos oficiais incompetentes. Com o silencio da capital, cumpriram o prometido e lançaram a população carioca ao panico.
O governo temia as proporções que o conflito poderia tomar, mas não cedia às exigencias. Rui Barbosa aprovou, então, a anistia aos insurretos que depuseram as armas em 26 de novembro.
No mês seguinte, João Candido participou de nova revolta.Preso, permaneceu 18 meses encarcerado num calabouço, onde viu morrer 59 de seus companheiros.
                   João Candido é escoltado para prisão na Ilha das Cobras
Leitura e atividade:
Em 1953, João Candido declarou: " Não falo a imprensa. Quero ser um joão-ninguém, um homem que está precisando mais de dinheiro do que de publicidade".
Em 1961, convidado a receber o título de Cidadão de Porto Alegre, teve a homenagem negada na última hora por pressão de oficiais da Marinha gaúcha, que eram contra a exaltação de "um comunista".
Em 1969, quando faleceu, vigiam no Brasil os atos institucionais repressivos e seu corpo ficou no IML para evitar possíveis homenagens. Oito anos depois, João Bosco e Aldir Blanc compuseram em sua homenagem o samba de enorme sucesso popular, O mestre-sala dos mares, que foi censurado pela ditadura militar.


            Monumento em homenagem a João Candido no Rio de Janeiro 

O Mestre-Sala Dos Mares

Há muito tempo nas águas da Guanabara
O dragão do mar reapareceu
Na figura de um bravo feiticeiro
A quem a história não esqueceu
Conhecido como o navegante negro
Tinha a dignidade de um mestre-sala
E ao acenar pelo mar na alegria das regatas
Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por batalhões de mulatas

Rubras cascatas
Jorravam das costas dos santos entre cantos e chibatas
Inundando o coração do pessoal do porão
Que, a exemplo do feiticeiro, gritava então

Glória aos piratas
Às mulatas, às sereias

Glória à farofa
à cachaça, às baleias

Glória a todas as lutas inglórias
Que através da nossa história não esquecemos jamais

Salve o navegante negro
Que tem por monumento as pedras pisadas do cais

Mas salve
Salve o navegante negro
Que tem por monumento as pedras pisadas do cais

Mas faz muito tempo

Composição: João Bosco/Aldir Blanc





Atividade.
1-Explique o que foi a revolta da chibata.
2- João Candido é o não é um herói, amigo e companheiro? Explique o porque?

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