segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

A Terra da Cocanha X A Utopia...profª Alcilene Rodrigues

14ª aula
Historia Geral

                                                        A Terra da Cocanha: 
 É uma terra imaginária onde há fartura, ociosidade, juventude e liberdade. Por corresponder a profundos anseios coletivos, a Cocanha é abordada a partir das condições sociais, políticas e religiosas que propiciaram o aparecimento de suas primeiras versões escritas, no Norte da França e na Inglaterra. Recorrendo a fontes dos séculos XIII ao XXI, onde surgiu. Em vez disso, enraizou-se no imaginário de diversos povos ao longo dos séculos. Encontraremos várias versões da lenda. Mito, utopia, ideologia, sonho que alimenta o imaginário de vários povos, sob as formas mais diversas.


 Era uma vez uma terra onde  todos eram livres. Para descansar embaixo do coqueiro, namorar quem bem entendesse e aproveitar a comida boa, que ficava à disposição em terra, mar e ar, bastava abrir a boca. Mas não é nada fácil chegar lá. O país fica escondido, ou muda de lugar, e por isso quem encontra não deve fazer a besteira de partir.
A Terra da Cocanha entrou na carta geográfica mundial na Idade Média. Numa época em que tudo era fome, injustiça e preconceito, o mito dessa combinação de casa da bruxa de João e Maria com ilha de Lost povoava os sonhos das gentes com promessas de abundância, ociosidade, liberdade, juventude eterna. Daí pra cá, muitos buscaram sem encontrar, adaptando a descrição desse paraíso libertino a seu bel prazer.
O mito surgiu, diz-se num fabliau francês do século XIII. Explica-se aí que Cocanha tem telhados de toucinho, cercas de salsicha, campos de trigo cercados de carne assada e presunto, gansos que se assam sozinhos pela rua e riachos de vinho (metade tinto, metade branco). Lá quem mais dorme mais ganha, tem feriado e domingo todo dia, quatro carnavais e natais por ano, quaresma só a cada duas décadas.
As histórias seguem, com muitas similaridades entre si, até meados do século XX. Depois a Cocanha saiu dos guias de viagem imaginários, o que é curioso. Se não acreditamos mais em uma terra onde a sobrevivência é incrivelmente facilitada, acredito eu, é porque não precisamos mais desse tipo de coisa.
O Imaginário é um conjunto de imagens visuais e verbais formado por três modalidades: o mito, a ideologia e a utopia. Segundo Franco Júnior (1998, p.17) o mito “foca sua intenção no passado”, a ideologia “projeta no futuro as experiências históricas do grupo” e a utopia “parte do presente na tentativa de antecipar ou preparar um futuro que é a recuperação de um passado idealizado”.

Esta formação se dá por intermédio da sociedade que “é ao mesmo tempo produtora e produto de seus imaginários”. (FRANCO JÚNIOR, 1998, p.17). Porém, deve-se levar em consideração que o imaginário produzido pela sociedade não está dissociado daquilo que já lhe foi estabelecido culturalmente, ou seja, a criação do imaginário está ligada às próprias imagens fornecidas por ele.

O conceito de imaginário de que estamos tratando, cabe dentro de um outro conceito que é o de mentalidade. Este, encontra-se diretamente ligado aos valores sociais, à questões intrínsecas aos aspectos formativos do homem (regidos pela tradição). Algo que pode ser adaptado a outras épocas, quando adquire um novo formato, porém, mantém a mesma estrutura. 
                                                  

A Utopia

Thomas More, filosofo inglês renascentista, foi estadista e articulador político do rei Henrique VIII, da Inglaterra, com quem se desentendeu por questões religiosas. Foi condenado à morte em 1535.
“A Utopia”, de More, é uma ilha onde não existe a propriedade privada nem o dinheiro, e onde o Estado se preocupa com a felicidade do povo e a organização da produção - esta é a sociedade ideal imaginada por Thomas More em 1516. 
Uma das mais importantes obras da filosofia política em todos os tempos, "Utopia" discorre sobre a contradição desse lugar ideal: de um lado, o paraíso onde não existem desigualdades; de outro, o inferno onde a individualidade não encontra espaço para se manifestar. O autor se vale de jogos de palavras e da criação de neologismos a partir de palavras gregas para enriquecer sua história sobre essa cidade impossível. A própria palavra "utopia" foi criada por ele com a junção de "ou" (não) e "topos" (lugar), ou seja, "lugar que não existe".
As ideias de More demonstram que ele pretendia libertar os homens para o trabalho. Isto é, ao invés de lavradores sem emprego a correr as estradas, ele apoiava o trabalho para todos. Ao invés de parasitas vivendo à custa de ricos, ele queria todos a trabalhar. Deste modo, esperava diminuir as horas de trabalho, dando a todos umas miraculosas e pequenas 6 horas de trabalho diário.
Essas ideias de More aproximam-se dos modernos socialistas, embora o seu enfoque não seja, exatamente, em direção ao futuro. O seu ideal traduzia o ideal medieval, comum a toda a teoria política do Ocidente. Afinal, desde São Tomás de Aquino que a comunidade cristã consiste em grupos sociais diferenciados que exercem harmonicamente funções próprias, todas necessárias ao bem comum. Essa é a sociedade ideal da Utopia de Thomas More.


Exercícios:
a) Qual a diferença existente entre a Terra da Cocanha e Utopia?
b) Quais as três modalidades do imaginário, segundo Franco Junior?
c) A mentalidade esta dentro do conceito imaginário, responda.
d) Quais as ideias de Thomas More?

       

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