domingo, 12 de fevereiro de 2012

O que é saudade? por Alcilene Rodrigues e Alphaville forever young (legendado)

Nos dicionários e enciclópedias de língua portuguesa, o conceito e a definição de saudade variam bastante. E não é de admirar, porque o significado deste vocábulo, que não tem par noutro idioma, é complexo. Saudade, por todos estes motivos, é a meu ver, um termo sui generis, difícil de conceituar, de definir e, por conseguinte, de traduzir.
A grande enciclopédia portuguesa e brasileira diz, no verbete saudade: " palavra considerada sem par noutras linguas e que exprime misteriosa multiplicidade de sentimentos". Em 1598, consoante Carolina Michaelis, a saudade já passava por ser um vocábulo " primitivamente portugues".
 Um dos pensamentos mais conhecidos sobre saudade é o de Garrett, nesta poesia:
 " Saudade! gosto amargo de infelizes,
   Delicioso pungir de acerbo espinho,
   Que me estás repassando o íntimo peito
   Com do, que os seios d'alma dilacera,
   Mas dor que tem prazeres..."

Outro pensamento clássico, e ao mesmo tempo popular, a cerca de saudade, é o de Afonso Lopes Vieira:
"Esta palavra saudade,
Aquele que inventou
A primeira que a disse
Com certeza que chorou."

Saudade pode ser: melancolia, causada pela lembrança de um bem de que se está privado.
Diz Camilo: "Por mais anos que eu viva, jamais esquecerei este dia, e este sítio, e as saudades que senti".
Diz Guerra Junqueiro: " O meu amor, escondi-o
                                     Numa cova, ao pé do mar...
                                     Morre amor, vive a saudade...
                                     Morre o Sol, olha o luar...."

Saudade pode ser: pesar, mágoa causada pela ausencia de alguém ou de objeto querido.
Diz Camões: " Ela, com tristes e piedosas vozes,
                      Saídas só da mágoa e saudade
                      Do seu Príncipe, e filhos que deixava..."
Diz Camilo: " Quando o pai extremoso, cheio de saudades, mandava buscar a sua filha de seis anos..."
Diz o Conde de Monsaraz: "Com saudade dos ninhos perfumados
                                           E do tépido luar da Primavera,
                                           Morrem de dor os rouxinóis, coitados,
                                           Se alguém, numa gaiola, os encarcera."

As formas primitivas so-e-dade, soi-dade, sui-dade cristalizaram-se na palavra saudade.
A forma so-e-dade perdurou na Galiza até o século XV. A forma so-i-dade já se encontrava em compositores do séculoVIII.
Não há outro idioma palavra que corresponda, fielmente, exatamente, à palavra saudade. Recuerdo, em espanhol, souvenir, em francês, rimembranza, em italiano, remembrance, em inglês, erinnerung, gedachtnis e mesmo sehnsucht (com a interpretação de Carolina Michaelis), não exprimem, todas juntas, o que exprime, sozinha, a bela e melancólica palavra saudade.
Ao meu ver, a saudade humana só existe entre pessoas, e não entre uma pessoa e uma coisa. A lembrança de coisas não é saudade, é apenas recordação, mais ou menos vulgar.
No meu sentir, existem duas espécies de saudade: a saudade pelos vivos, e a saudade pelos mortos. Para existir saudade é indispensável o Amor e a Ausência.
Quer na saudade dos vivos, quer na saudade dos mortos, deve existir o Amor, no mais verdadeitro e amplo sentido, abrangendo a amizade. Quanto a ausência, na saudade, na saudade pelos vivos, pode ser mais ou menos longa, na saudade pelos mortos é eterna. Os vivos podem voltar, os mortos jamais voltarão.
A saudade pelos vivos é acompanhada de esperança, a saudade pelos mortos não tem companhia: floresce na solidão sem esperança alguma.
Considerando apenas estas duas formas de saudade, saudade verdadeira, nascida do Amor e Ausência, se eu tivesse de dizer qual das duas seria mais pura, a mais bela e, ao mesmo tempo, a mais triste, diria sem hesitar, é a saudade pelos mortos, tornando o amor imortal.
A maior saudade, de que há notícia entre seres humanos, foi a saudade de Nossa Senhora, quando seu filho Jesus morreu e é por isso que deve existir na terra como no céu..."Nossa Senhora da Saudade".



 
   Essa música me recorda e ao mesmo tempo me dá uma saudade danada do meu amigo Eduardo Reges Sultanum que há anos eu não vejo pessoalmente, graças a Deus ele me achou no facebook porque tambem estava sentindo o mesmo. Saudade de fazer lição juntos, ir embora do colégio juntos, fazer trabalhos juntos e comer pastel de chocolates juntos, nunca vou esquecer a festa surpresa que ele fez pra mim no ultimo ano 1983 na sala de aula, ele fez um bolo de chocolate maravilhoso, quando terminou o Colegial senti e continuo sentindo saudades dele que mora em Londres. Eu considero ele meu irmãozinho era assim que eu o tratava  e ele  a mim de irmãzinha...Eduardo eu adoro voce amigão!
Alphaville um dos nossos conjuntos favoritos, eu tinha um macacão igualzinho, pode!
                      

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